Como qualquer criança sempre gostei de brincar, pular, cantar, rir e estar com amiguinhos, mas sobretudo era muito bom ficar sentada no chão do meu quarto copiando todos os desenhos de que gostava. Adorava sentar-me ao lado de um vizinho para ver surgir de seus riscos lindos desenhos. Nem sempre ele usava referência... era como se o lápis pudesse ver o que havia em sua mente. Isso me fascinava. Ficava encantada, e ainda fico, ao ver pessoas desenhando....nos trens, metrôs e pracinhas. Durante o período escolar aguardava ansiosa pelas aulas de artes. Receber, com o material novo, os lápis de cor, canetinhas e giz de cera era um momento único. Os anos se passaram e o interesse pelo desenho ficou adormecido, mas sempre ficava atenta quando o assunto surgia. Quando adulta decidi retomar essa paixão e, após indicação de uma grande amiga, fiz minha matrícula na Oficina Cultural Alfredo Volpi para o curso de Iniciação ao Desenho e não parei mais. Logo me formei em Artes Visuais. Com o término da faculdade abri mão das técnicas que nela conheci optando por seguir apenas com o desenho. Hoje percebo que em cada traço que faço fica um pouco de mim, da minha história e da maneira como vejo o mundo, seja no traçado duro e cinza dos dias nublados e frios, seja no traçado leve e de tons pastéis dos dias de paz ou ainda nas cores vibrantes que me exige os dias mais ensolarados.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Testes com papel canson e lápis aquarelável.

O post de hoje é loooooongo....senta que lá vem história...rs

Durante o recesso de final de ano (uhuhu \o/) resolvi explorar um mundo que sempre me causou pavor: COR. A maioria e/ou quase todos meus trabalhos são feitos com grafite, material que amo muito, mas confesso que sinto falta de cor.

Tudo começou porque resolvi assistir desenho infantil nesses dias de “festerê” e um deles foi o clássico: “Mickey o Aprendiz de Feiticeiro”. Depois, mexendo nas gavetas do ateliê encontrei um rascunho (acho que de 2007) que fiz de uma cena desse desenho e resolvi pintá-lo com lápis de cor aquarelável.  #MEDO

Estava com poucas folhas de papel canson aquarela e foi ai que percebi que apesar de estar proibida de comprar materiais novos, alguns precisavam repor e o canson é um deles.

O canson que usei foi esse:



O resultado foi esse:

Curti bastante fazer esse desenho. Utilizei o lápis de cor aquarelável Faber Castell (escolar caixa com 48 cores).

Um pouco mais do detalhe:


Empolgada com o resultado quis fazer outro desenho, aproveitar para testar e comparar os lápis aquareláveis Albrecht Durer  com a linha escolar, os dois da Faber Castell. Só que as folhas do canson acabaram e fuçando no ateliê encontrei esse outro papel para aquarela:


Foram 4 tentativas e o resultado nunca era satisfatório L.


Depois de muito matutar desconfiei que o problema poderia ser o papel. Esse papel tem 200 gr e diz ser próprio para trabalho molhado. Só que não. Ele enverga demais, mesmo colocando fita crepe para segurar a folha ele “sobe” dando a impressão de bolha no centro do papel. E o pior, ele absorve muito rápido a água e não dá tempo de trabalhar. Sinceramente não gostei nem um pouco dele. Isso aconteceu na madrugada do dia 23/12/13..rs


No dia 24/12 (isso mesmo que você leu) resolvi ir até uma livraria no shopping Aricanduva e torcer para encontrar o papel Canson que usei para o desenho do Mickey. Por sorte encontrei esse:




Pode usar o lado liso e o lado com textura:


Fiz alguns testes com ele para saber como o papel se comporta antes de encarar um desenho final.

Esse foi realizado da seguinte maneira:
Recortei 4 quadrados, dois para serem usados do lado com textura (na parte de cima da foto) e os outros dois com o lado liso (na parte debaixo da foto);

Do lado esquerdo (superior e inferior) usei lápis aquarelável Albrecht Durer e do lado direito (superior e inferior)  lápis aquarelável Faber Castell (escolar caixa com 48 cores).

O lado que foi pintado com os lápis Albrecht Durer : as cores do lado esquerdo foram depositadas sem pressão e do lado direito com pressão. 
O mesmo se aplica para o lado que foi pintado com o lápis aquarelável Faber Castell.


Nesses a ideia foi molhar bem o papel com pincel e passar o lápis.
Com o lápis Albrecht Durer: o pigmento se espalha muito bem.


Com o lápis Faber Castell: o pigmento não se espalhou muito.


Aqui molhei o papel debaixo da torneira J. Deixei um tempão. Esperei secar. Depois prendi com fita crepe, fiz o desenho, pintei e depois passei o pincel molhado para dar o efeito de aquarelável. Lado esquerdo Albrecht Durer e lado direito Faber Castell.

Após ser molhado debaixo da torneira.


Secando
 

Depois de pintado.



Conclusão:

- Sempre fazer testes com novos materiais;
- Sempre verificar se precisa repor material para não passar apuros;
- É entre erros e acertos que aprendemos;
- Os dois lápis aquareláveis tem boa pigmentação e boa mistura de cores; 
- O papel Filiarte é bom para usar aguadas apenas em detalhes;
- O papel Canson Linha Universitária é muito bom, temos mais liberdade para    trabalhar;

 Apesar do medo e de não conseguir atingir uma qualidade digna no desenho do Mickey o processo foi prazeroso. A ideia agora é começar a praticar. (Que os Deuses do Olímpo me favoreçam com tempo extra para isso)



4 comentários:

  1. Silviaaa que estudo otimo!!! Obrigada por dividir com a gente ea experiencia..eu não entendo nada de papel para aquarela mas achooooo lindo os trabalho feito com a mesma...queria um dia fazer um bom curso...vou procurar pela net kkk

    Vou Acompanhar seu blogg!!!
    Bjãoo

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  2. Débora
    Valeu pela visita!!!!
    Adoro compartilhar conhecimento. Acho que é isso que realmente tem valor.
    Eu também não entendo nada de aquarela. Estou me atrevendo a trabalhar com lápis de cor aquarelável e como consequência é preciso entender um pouco de papel...rs
    Beijinhos

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  3. Primeiramente, que post lindo! Adorei o estudo e comparação de materiais. Gosto muito de trabalhar com aquarela e variantes, então todo material sobre isso é muito bem vindo para mim.

    Débora, tem um cara chamado Renato Alarcão que é fera e dá workshops de várias coisas. Meu professor de ilustração da Ufes fez o de Aquarela e sai recomendando pra Deus e o mundo. (http://www.renatoalarcao.com.br/)

    Super agradeço a Silvia por compartilhar as descobertas. Também acredito que devemos trocar experiências e compartilhar o conhecimento. Fico muito feliz participando disso tudo.

    Beijos!

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  4. Nane
    Eu amo mesmo compartilhar, de verdade!

    Já ouvi falar muito do Renato Alarcão, também sou louca para fazer um curso com ele....só preciso me programar ($$$$) para isso...rs

    bjs

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