Como qualquer criança sempre gostei de brincar, pular, cantar, rir e estar com amiguinhos, mas sobretudo era muito bom ficar sentada no chão do meu quarto copiando todos os desenhos de que gostava. Adorava sentar-me ao lado de um vizinho para ver surgir de seus riscos lindos desenhos. Nem sempre ele usava referência... era como se o lápis pudesse ver o que havia em sua mente. Isso me fascinava. Ficava encantada, e ainda fico, ao ver pessoas desenhando....nos trens, metrôs e pracinhas. Durante o período escolar aguardava ansiosa pelas aulas de artes. Receber, com o material novo, os lápis de cor, canetinhas e giz de cera era um momento único. Os anos se passaram e o interesse pelo desenho ficou adormecido, mas sempre ficava atenta quando o assunto surgia. Quando adulta decidi retomar essa paixão e, após indicação de uma grande amiga, fiz minha matrícula na Oficina Cultural Alfredo Volpi para o curso de Iniciação ao Desenho e não parei mais. Logo me formei em Artes Visuais. Com o término da faculdade abri mão das técnicas que nela conheci optando por seguir apenas com o desenho. Hoje percebo que em cada traço que faço fica um pouco de mim, da minha história e da maneira como vejo o mundo, seja no traçado duro e cinza dos dias nublados e frios, seja no traçado leve e de tons pastéis dos dias de paz ou ainda nas cores vibrantes que me exige os dias mais ensolarados.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sketchbook: Mão

Esse desenho foi realizado em um dia MUITO triste. Aguardava ansiosa por uma resposta e ela foi negativa. Chorei e senti muita raiva. Depois de uma hora enxuguei minhas lágrimas e tentei continuar meu trabalho. Não foi fácil. Na hora do almoço precisava desenhar para me distrair um pouco, mas nada me chamava atenção, então, optei por desenhar minha mão. O resultado foi um desenho simples e objetivo com poucas linhas. A mão fechada foi por acaso mas não deixa de representar o aperto que senti nesse dia.
Os dias se passaram e apesar da tristeza se fazer presente, ainda que numa proporção bem pequena, é preciso seguir em frente. 
O choro alívia nossa dor e nossas angústias, mas não pode durar muito tempo porque as lágrimas embaçam nossa visão nos impossibitando de enxergar novos caminhos...novas oportunidades....
Material: lápis 6B no sketchbook de papel Kraft


Deixo aqui uma frase de Clarice Lispector:

“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente."  Clarice Lispector.


  

Um comentário:

  1. Olá, Silvia! todo desenho têm por trás belas histórias, às vezes tristes, como a sua, mas ainda assim, belas histórias.
    Mas para quem ama a arte, a tristeza não dura para sempre...continue desenhando.
    Abraço,

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